Muito se ouve
falar sobre a importância da educação. Muito se ouve falar que as crianças são
o futuro da nação. Muito se ouve falar, mas, infelizmente, pouco se vê na
prática.
A educação é o
fator que define o futuro de crianças e jovens. Educação ruim, futuro ruim. Boa
educação, bom futuro. E com futuro não se brinca. Todos os pais almejam que
seus filhos tenham o melhor. Brigam por eles. Lutam por eles. Por amor a eles
fazem esforços extraordinários. Fazem o possível e o impossível por seus
filhos, trabalham dia e noite em rotinas exaustivas porque acreditam que fazendo
o máximo, as crianças terão excelentes condições de vida futura. Por todo
estado de São Paulo, pais e mães buscam o melhor para o amanhã das crianças, na
intenção de que eles tenham um futuro diferente do que os pais tiveram.
No entanto,
durante anos a educação no estado de São Paulo (ironicamente o mais rico do
país) vem sido colocada em segundo plano e não tem sido tratada como a
prioridade que é.
E se nós disséssemos que poderia ser melhor? Acreditem quando dizemos
que a educação oferecida pelo estado poderia ser de excelente qualidade em
muitos aspectos. Logo, o futuro de seus filhos também poderia ser excelente.
A greve que se inicia por todo estado de São Paulo tem razões muito
sólidas, motivos muito dignos e objetivos muito justos.
As razões pelas quais professores e educadores de toda rede pública de
ensino aderirem à greve são muito sólidas, porque demonstram a insatisfação com
as condições de trabalho de toda uma categoria: classes superlotadas que
prejudicam o aprendizado dos alunos e fechamento de salas de aula. Só neste
início de 2015, um significativo número de professores ainda não puderam
começar a lecionar, pois tiveram seus contratos de trabalho encerrados sem
nenhum fundamento legal, ficando
impedidos de exercer sua profissão por 200 dias. Quase meio ano sem salário.
Salários defasados, auxílios transporte e alimentação que beiram o ridículo.
Os motivos que nos levam à paralisação dizem respeito à dignidade do
ser humano enquanto trabalhador. Imaginem se os senhores pais, por ordem de seus patrões,
tivessem que trabalhar em três locais diferentes? Pois saibam que esta é a
realidade de muitos professores hoje em dia: lecionar em três escolas para
garantir seu emprego. Sem nenhuma outra
opção. Saúde física e mental ficam seriamente comprometidas em situações
estressantes como esta.
Quem aqui nunca ouviu falar, ou mesmo presenciou, um caso de violência
contra um professor? Nossa classe tem sido exposta à situações de risco que
surgem do desrespeito de pessoas que se sentem no direito de agredir física,
verbal e moralmente um profissional da educação. Isso não deveria existir! O
estado precisa garantir a segurança dos nossos educadores. É fundamental
garantir a integridade profissional.
Por fim, queremos
enfatizar que nossa luta é justa, porque nossos motivos são justos. Depois de
vocês, senhores pais e responsáveis, somos nós professores que mais fazemos
pelo futuro de seus filhos.
A escola é a
segunda casa de crianças e jovens de todo estado. Aqui elas recebem instrução,
educação, cultura e cidadania. Aqui são respeitadas, cuidadas e queridas. Na
escola seus filhos estão seguros. Mas tudo poderia ser melhor. Por estes
motivos, pedimos que compreendam a preocupante situação em que a educação se
encontra e que fiquem do nosso lado, pois a luta de todo professor é por dignidade
trabalhista e garantias de um futuro melhor. Apoiem
nossa causa: escola e comunidade são um só. O tempo passará, e a escola
continuará sendo referência dentro da comunidade. Lutem conosco. Seu apoio é
fundamental para cada um de nós.
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